Precisamos, antes de tudo, conhecer bem as diferenças das duas religiões no que tange ao assunto Exu (Rito).
Podemos começar dizendo, de uma forma simplificada, que no Candomblé se acredita incorporar o Orixá, a própria divindade, que nunca foi um ser encarnado e sim viveu na terra em tempos míticos, quando o Orum (Céu) e o Aiê (Terra) eram uma coisa só. Seria a divindade responsável, entre outras coisas, pela comunicação dos homens com os Orixás.
Na Umbanda, acreditamos incorporar não o próprio Orixá Exu, ao qual também rendemos culto, mas sim seus mensageiros, espíritos que um dia já foram encarnados como a gente, aliás, em tempos não tão remotos, mas que hoje não necessitam mais deste processo para terminar de saldar suas dívidas cármicas. Incorporando em seus médiuns e ajudando as pessoas nas mais diversas dificuldades terrenas, eles assim prosseguem no seu processo de evolução espiritual.
Então podemos aqui fazer algumas colocações:
O Orixá Exu é o mesmo, tanto no culto de nação como na Umbanda. O que muda é a forma de cultuá-lo.
A divindade que "baixa" nos terreiros de Candomblé, para seus adeptos é a manifestação do próprio Orixá, na Umbanda seria de um mensageiro deste Orixá e não a própria divindade, um espírito muito mais parecido conosco em seu estereótipo.
No candomblé o Orixá não fala com os consulentes, vem em terra com suas danças e assim traz seu Axé para seus protegidos.
Na Umbanda, o mensageiro de Exu conversa literalmente com as pessoas, aconselhando, orientando, e realizando suas mirongas.
Vale deixar claro, que estou comparando aqui a escola umbandista da qual pertenço, com os terreiros matrizes de nação ketu, como o Ilê Axé Opó Afonjá, a Casa Branca, o Cantois entre tantos outros que só celebram o Candomblé. Não considerando os templos que trabalham com as duas filosofias religiosas num mesmo local.